O lar não será mais o mesmo. Nem o real, nem o virtual. Porque, afinal, tudo na vida muda. As palavras, os fatos, os atos, os sonhos (daqueles de guardar no travesseiro ou daqueles da padaria da esquina), a cama, a mesa, o banho, a companhia, os livros, os desejos e anseios.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
BRONQUITE CRONICA
BRONQUITE CRÔNICA
Sinônimos:
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, DPOC.
O que é?
Esta doença é definida quando há presença de tosse com muco (catarro) na maioria dos dias do mês, em 3 meses do ano, por dois anos sucessivos, sem outra doença que explique a tosse. Quase todos os casos da doença ocorrem pelo efeito nocivo do fumo nos pulmões por vários anos, o que determina uma inflamação da mucosa dos brônquios (tubos que espalham o ar dentro dos pulmões). A bronquite crônica pode preceder ou acompanhar o enfisema. Ela afeta pessoas de todas as idades, mas, geralmente, aquelas com mais de 45 anos.
Como se desenvolve?
A bronquite crônica surge, na maioria dos casos, após 20 a 30 anos de exposição das vias aéreas (brônquios) a irritantes como o fumo, poluição do ar e outras fontes.
Estes fazem com que ocorram modificações na mucosa dos brônquios. A mucosa é o revestimento interno destes tubos que dão passagem ao ar.
Na bronquite crônica , ocorre uma hipertrofia (aumento) nas glândulas que fazem o muco e uma inflamação nos bronquíolos (brônquios de diminuto diâmetro) que limita o fluxo de ar. Quando há uma piora na inflamação – como nas infecções dos brônquios por bactérias – a produção de muco aumenta consideravelmente.
Atualmente, usamos mais o termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) quando nos referimos à bronquite crônica e ao enfisema pulmonar, pois elas, geralmente, coexistem no mesmo doente e apresentam obstrução ao fluxo de ar.
Todas estas alterações determinam os sintomas e sinais da doença.
O que se sente?
tosse;
expectoração de muco (catarro);
encurtamento da respiração (falta de ar);
febre pode ocorrer quando a pessoa com bronquite crônica estiver com uma infecção respiratória associada;
chiado no peito (sibilância) pode ocorrer nas exacerbações (crises) da doença;
cianose - coloração azulada da pele, mais comumente visualizada na face e nas mãos;
inchaço nos pés e nas pernas pode ocorrer pela piora nas condições de trabalho do coração, em decorrência de uma bronquite muito grave.
Como o médico faz o diagnóstico?
Os dados referidos pelo paciente são os mais importantes para o diagnóstico da doença.
O relato de tabagismo de longa data, associado à tosse crônica com produção de muco, torna o diagnóstico muito provável.
O exame físico também poderá ajudar.
Além disso, o médico poderá solicitar uma radiografia do tórax que costuma demonstrar alterações compatíveis com a bronquite crônica, além de excluir outras doenças.
Exames de sangue podem auxiliar no diagnóstico da doença, além de também poder indicar a sua gravidade. A espirometria também pode fazer isso. Ela mostrará como está a capacidade pulmonar e os fluxos de ar do indivíduo. Para se fazer este exame se realiza a seguinte manobra: com a boca conectada ao tubo do aparelho, o paciente enche totalmente os pulmões de ar e depois assopra vigorosamente até esvaziar os pulmões. É o exame mais importante, pois naquela pessoa que fuma há vários anos e não nota nenhuma alteração no seu dia-a-dia e possui uma radiografia normal (ou praticamente normal), a espirometria pode acusar uma diminuição no fluxo de ar. Com isso, pode-se evitar o surgimento de casos da doença, se o indivíduo abandonar o fumo quando ficar constatado no exame a perda de função pulmonar em curso.
Como se trata?
Uma medida importante para iniciar o tratamento é eliminar os irritantes, como o fumo ou poeiras tóxicas inaladas.
Parar de fumar para aquelas pessoas com uma bronquite crônica bem estabelecida, não fará com que a doença melhore, mas, certamente, ajudará a desacelerar sua progressão.
Alguns pacientes podem beneficiar-se com o tratamento com corticóides, que são medicamentos utilizados na tentativa de controlar a inflamação crônica dos brônquios e, assim, minimizar os sintomas da doença.
Outra classe de medicação importante são os broncodilatadores. Eles podem melhorar o fluxo de ar nesta doença, aliviando a falta de ar e a sibilância. Podem ser utilizados através de nebulizações, turbohaler (dispositivo semelhante às bombinhas que dispensa uma boa coordenação motora do usuário), nebulímetros, cápsulas para a inalação, comprimidos ou xaropes. Os nebulímetros são os sprays (bombinhas) e têm a vantagem de poderem ser utilizados tanto em casa quanto fora, além de apresentarem menor freqüência de efeitos indesejáveis. São também mais práticos, pois os pacientes podem carregá-los na bolsa ou no bolso.
A maioria das pessoas poderá se beneficiar com os exercícios da terapia de reabilitação, que fazem com que os pacientes sejam capazes de utilizar a sua energia mais eficientemente ou de uma forma em que haja menor gasto de oxigênio.
A oxigenoterapia (uso de oxigênio em casa), quando necessária, também poderá melhorar os sintomas dos doentes, além de aumentar a expectativa de vida.
Além disso, o grande número de antibióticos disponíveis ajudam muito nos casos de exacerbação da doença, quando resultam de uma infecção nos brônquios.
Como se previne?
Entre 80% e 90% dos casos de bronquite crônica, resultam do tabagismo.
Assim, a principal medida preventiva é não fumar. O médico deverá oferecer ao seu paciente auxílio neste sentido, podendo ou não usar medicações auxiliares. A reposição de nicotina seja por gomas, adesivos ou outros recursos podem ser utilizados.
Há também a bupropiona, um medicamento que vem sendo utilizado com sucesso, que tem o efeito de diminuir os sintomas de abstinência ao fumo.
Na bronquite crônica, é importante a vacinação anual contra o vírus causador da gripe, uma vez que esta pode piorar a doença. Com este mesmo objetivo, está indicado também o uso da vacina contra o pneumococo, que é a principal bactéria causadora de infecções respiratórias, entre elas, a pneumonia. Deve ser feita uma única vez e, em casos isolados, poderá ser repetida depois de cinco anos.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Qual é a causa do pigarro na bronquite crônica?
Qual a importância da realização da espirometria para a pessoa com bronquite crônica?
Com que freqüência devemos realizar uma radiografia do tórax?
Quando deve ser empregado o oxigênio domiciliar?
Quando deve ser iniciada a chamada reabilitação pulmonar?
As injeções mensais de corticóide podem ajudar no tratamento?
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