O SEGREDO DE BIN LADEN E BUSH

O Segredo de Bin Laden “O Segredo de Bin Laden” I Capítulo - São Dois mil e Um! - Palavra é porrada! Errada não há! - Espaguete na Itália, feijão com arroz no Brasil! - Da América hambúrguer, ketchup e foguete, bombas e mísseis assim sem fim... - E ai de mim, de ti, de nós pequenos neste mundo de gigantes, senão dentro então fora de nós longe... - Ali, Alá, lá nas montanhas vizinhas do Cáucaso. Onde quer que fosse Eleutério Flores fazia um discurso e em seguida lançava flores. Além da inocência por ter vivido trancado em uma biblioteca, pois sua doença imunológica não permitia contato com pessoas, Eleutério tinha a sorte daqueles que nada almejam e tudo alcançam. - Todos dizem: não é fácil lidar com o dinheiro, porém, também estão certos aqueles que dizem besteiras depois de algumas cervejas, afinal o mundo está para acabar e nós não podemos fazer quase nada... - Infelizmente esse é o pensamento de uma boa parcela da sociedade e terminando o discurso quero reiterar o meu apreço pela dona da casa por sinal linda casa, só não tão linda quanto a dona. Daguimar com as pupilas dilatadas de encanto acompanha os olhos de Eleutério e sente um calafrio subir e atravessar sua calcinha. Eleutério não era bobo, mas às vezes fazia-se passar por tal, Daguimar queria saber do segredo que ele escondia dentro da calça. E para não entregar em qualquer mesa de bar o resultado de suas pesquisas de cunho altamente secretas, Eleutério com seu espírito científico, curioso desde menino, desde aquela época nutria um amor platônico por Daguimar, ficou tocado com aquela menina risonha e meiga desde o dia que a viu pela primeira vez, uma porta de vidro os separava, agora, um mundo... Sonhava freqüentar seu leito e descer seu rio aproveitando o fluxo. Era assim que Eleutério se via, uma criança descobrindo a vida, um eterno romântico, louco por transformar palavras em poemas, como um rio entregando ao oceano. Mas, naquela tarde chuvosa descia a escarpa do Matuto quando percebeu debaixo de um tronco curto e gordo o brilho de algo que parecia valioso, um tesouro, pensou Eleutério. - “Viva minha Mãezinha querida no céu nunca esquecida”. Dali em diante ficaria rico, poderia visitar a terra de seu verdadeiro pai e foi o que fez, pois no dia seguinte ao seu pedido à padroeira, realizou-se o desejo de Eleutério o que ele achou no chão era um bilhete de loteria premiado e enriqueceu da noite para o dia. Divina a empregada entra gritando no quarto: - Acorda! Eleutério! A Guerra vai começar! - O Bush já despachou os soldadinhos para o Afeganistão... Eleutério resolve então gastar uma boa parte do seu dinheiro viajando para o Paquistão, comprou um avião que ele mesmo pintou de branco. - Finalmente te batizo “Pássaro da Paz”. Nuvem de poeira na divisa de Kashmir com Paquistão, Eleutério lança flores sobre o Paquistão, mas o comando de um posto de observação pensando tratar-se de bombas ou algum novo tipo de arma dá ordem de derrubar. O aparelho é alvejado e cai em um terreno rochoso. Eleutério sobrevive graças às flores que amortecem o impacto da queda. Saldo negativo: duas costelas quebradas, um dedo amputado, um pedaço de metal pequeno enroscou no olho esquerdo; mas mesmo assim ele não perde a pose. Levanta-se do avião ou dos restos do avião e sai meio atordoado procurando o piloto que usara o único pára-quedas do avião. Necessita de socorro, está sangrando, senta e começa a rodar o braço como lhe ensinara um médico coreano que atuou no Vietnã. O sangue estanca, mas logo em seguida, ele desmaia. Ecos, gritos ao longe... Eleutério está inconsciente. Acorda na escuridão da noite sem fim... O brilho de Régulus indica o caminho a seguir... E Dagmar? O que estaria fazendo neste instante delirava Eleutério... Dagmar carrega o gato para o veterinário e pensa no futuro, em possíveis perdas quando um vento frio varre a rua e deposita sobre seus pés uma rosa vermelha. Eriçada feito um ouriço, Dagmar entende como um aviso, como no dia anterior ao incêndio quando sonhara com salamandras e duendes que ateavam fogo na casa do seu amado. No dia seguinte o fogo destruiu a casa de Eleutério matando a mãe e o padrasto e por ironia do destino libertando-o de sua prisão. O fogo acontecera no sistema de calefação que mantinha o ambiente livre da umidade. Foi uma noite trágica: a mãe e o padrasto morrem queimados e graças à sua paixão por química Eleutério escapa do fogo devido aos conhecimentos sobre “ácido/base”1. Ele preparou uma solução extremamente ácida que destruiu a tranca de metal e pode sair antes que a casa desabasse. Assim descobriu a liberdade, ao sair do porão percebeu que estava curado. Na semana seguinte Eleutério leva um choque: aviões explodindo no World Trade Center. A princípio ficou sem entender se era um truque ou filme de ficção. Resolve fugir, mas da caverna de livros no fundo da biblioteca, onde se refugiava nos momentos de medo, só restavam cinzas. Naquele instante, como raio de frio gélido um relâmpago varre-lhe a espinha. - Depois da queda dos símbolos da onipotência dos EUA, o ocidente sentiu-se frágil, nossos medos vieram dizer olá! - Ou xô! xô! Jaçanã, macete de Eleutério Flores, porque de tantos defeitos na vida haveria o homem de perpetuar o orgulho. Os sentimentos que antes lhe aprouvera, agora fazem-no sentir como nunca desejados: cheiro de guerra no ar, soprando antraz.*2 Estariam corretas certas profecias de que por volta do ano 2000 algo de apocalíptico aconteceria e fatalmente atingiria a vida na terra? Daguimar não consegue se concentrar lembrando as palavras de Eleutério. Como estará Eleutério? Lançando poemas e flores do Avião da Paz? Porque ele não responde ao rádio? II Capítulo No dia seguinte o frio seco das monções revela a cadeia montanhosa Karakoram que percorre o norte do Paquistão e o estado indiano de Jammu e Kashmir. A altura média dos aproximadamente 60 cumes que contém é de 6.600 metros. O K2, também conhecido como monte Godwin-Austen,* 3 atinge os 8.611 m de altitude, o que faz dele o pico mais alto do sistema montanhoso e o segundo do mundo. Este cenário de beleza ímpar, remete Eleutério a um estado de estranha familiaridade, o segundo cume do mundo o K 2 estava logo ali entre 60 cumes, ali a apenas 8. 611 metros de altitude. O pico da cordilheira Karakoram do oeste do Himalaia situado na fronteira da China com Jammu e Kashmir. Conseguiu: lançou um avião cheio de flores sobre o conflito e agora ao invés de discursos, gemidos! Sentia como se tivesse levado uma facada e seus ossos pareciam estar arranhados... Amarrado em um estrado e arrastado por um camelo, ele começa a gritar, a poeira levantada pelos camelos está sufocando-o e mal consegue respirar. Um frio de adaga muda o seu foco e ele vê dois olhos negros reluzindo como um raio, riscando no ar a terrível palavra: -”Jihad“.*4 POSTED BY ABUJ AT 11:16 AM 3 COMMENTS ABOUT ME ABUJ VIEW MY COMPLETE PROFILE LINKS Google News Edit-Me Edit-Me PREVIOUS POSTS O Segredo de Bin Laden ARCHIVES September 2005